cada momento uma música, cada música um título, cada título um post...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eu ganhei uma segunda chance. Um mês e meio de tentativas vãs ou não. Confesso que boa parte do que tenho nessa fase da vida é essa chance. E eu detesto tanto a possibilidade de errar de novo...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The Gossip - Four Letter Word

Eu estou me levantando. Cada dia que acaba e cada vez que deixo meu travesseiro rumo à rua, é uma nova odisséia. Com a cabeça pesada, ou os olhos ardendo por ter chorado boa parte da noite, ou mesmo não me lembrando onde deixei as chaves e os documentos, é um novo dia. São as mesmas pessoas e angústias, é o mesmo frio no estômago e as mesmas desculpas que eu espalho pelo escritório. São as mesmas lembranças doloridas e inacabadas, e ainda assim é um novo dia.

Eu troco as músicas do player, tento ler um novo livro. Finalmente aprendi a terminar pequenas tarefas, insignificantes relatórios, balanços, inventários. São novos, são apenas mais do mesmo, são minha ruína e minha redenção, são o ritmo dos meus passos dentro do supermercado, atravessando ruas, procurando a moto pelos estacionamentos. E eu me recolho. Ao fim do dia, à minha insignificância, ao pôr-do-sol que não há hoje, nem nunca mais acontecerá.

Eu me encontro, na palavra de quatro letras que quase me destruiu.
Eu me encontro em um alguém diferente, inadvertido e cálido.
Eu me encontro na certeza que posso tomar mil chuvas, e que todas elas serão distintas, mesmo que caiam sobre o mesmo caminho de todo-santo-dia.

Eu estou me levantando. Deixando para trás e, ainda assim, para adiante tudo o que foi tirado de mim e tudo do que eu me privei.

Tudo é o de sempre. Tudo é tão diferente!

E nem as dores precisam ser idênticas.

Adeus.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Voxtrot - Missing Pieces

"I would go to pieces if you said that this was just an act
To come and take the sleep out of my night
And i would go to pieces if you said that this was just an act
To come and take the shine out of my life

Oh and i go through it all
Oh it's a thing like habit, i know

I would be a fighter for a tiny piece of a tiny feeling
Give it up to wonder what it's worth
And i would feel much bigger for the little joy that you get from stealing
I never really wonder what it's worth

Oh and i am dead and gone
Oh you will feel much older, i know

I would feel much better if i thought there was any other reason
To keep away the beauty from the dirt
And i would do much better if i thought i fill any other need
And i miss you, oh
And i miss you, oh

And i would be complete if you could put me down in facts and figures
The hardest things are always black and white
And i would be complete if you could touch me once but it never figures
The easy things are never really right

Oh and i go day by day, oh it's a thing to live for, i know
And i would feel much better if i thought there was any other reason
To keep away the beauty from the dirt
And i would do much better if i thought i fill any other need
And i miss you, oh
And i miss you, oh

Why don't you take a walk outside and see the mess i made
And see the mess i made
And i will be waiting with a knife just like an angry child
Just like an angry child
And why don't you go spread the word just like some disease
Just like some disease
I know your mother told you that you are god
But you are just a boy

I would be much better if i thought there was any other reason
To keep away the beauty from the dirt
I would do much better if i thought there was any other need
And i miss you, oh
And i miss you, oh

And i would feel much better if i thought there was any other reason
To keep away the beauty from the dirt
And i would do much better if i thought there was any other need
And i miss you, oh
And i miss you, and i miss you"


Não preciso dizer mais nada.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Red Hot Chili Peppers - My friends

Eu não sou muito de manter amigos. Os poucos que permanecem tem a vida costurada junto à minha. São pinturas em minhas paredes, são parte das minhas qualidades, impedem que meus defeitos se tornem ainda maiores. Tenho uma amiga, conhecida durante uma viagem. Nunca mais nos separamos desde então. O cheiro de cigarrilhas de chocolate sempre me lembra dela, mesmo que ela tomasse chá e eu bebesse cerveja. Somos opostas e moramos longe.Somos a melhor parte uma da outra.

Tenho uma amiga cuja distância nunca me assustou. Não nos vimos mais de quatro vezes, e hoje ela mora em outra cidade. Mas minhas tardes foram dela por muito tempo e sempre serão se ela quiser. Nunca soube o que a faz lembrar-se de mim apesar dos quilometros. E talvez seja melhor ela nem pensar nisso.

Tenho um amigo que vive muito. E provavelmente viverá bem mais que eu. O nariz empinado, a verdade nos olhos o manterão sempre jovem e incauto. As novelas mexicanas e videoclipes podem ter acabado, meu amigo, mas sempre haverá o boteco da esquina, um cantina da serra na sua casa.Sempre haverá meu ombro para os seus esbravejos.

Tive uma amiga que se foi. Pra outro estado, outro rumo, outra vida. Não nos conhecemos mais. Não nos lembramos mais dos acampamentos e dos relâmpagos. Não nos lembramos das conversas longas, dos capuccinos, dos filmes, dos dias em Brasília. Mas copiei sua letra uma vez e nunca mais fui eu mesma. Me tornei um pouco ela. E eu não me lembro. Mas tenho tanta saudade...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sabotage - No Brooklyn

Trabalho e faculdade. Tem vida mais idiota que essa? Não que eu esteja reclamando da minha sorte, estou careca de saber que existem piores. Mas é só isso? Acaba aqui? Acaba daqui a quarenta anos com uma coleção de dias repetidos? Trabalhando atrás de uma mesa cheia de papéis inúteis? A faculdade vai acabar e sinto que nada vai mudar de verdade. Não mudou quando acabei o colégio, quando meus pais se separaram, quando ganhei o campeonato de natação,quando levei meu primeiro fora.Tudo sempre na medida da responsabilidade, da pressão, da obrigação. Imprime aqui, grampeia de lá, aguarde mais um momento, senhor... Não lembro mais quando fui realmente feliz ou desleixada com minha própria vida. A conta de luz, o condomínio, o mercado, me engolem, me tiram os pedaços. O tédio me deixa azeda e ferina.Talvez eu deixe de existir, desapareça antes de ter alguma esperança de mudança.E eu, noite após noite volto pro Brooklyn menor, mais cansada e esqueço tudo por seis, no máximo sete horas. Porque quem dorme oito horas mora bem longe daqui.