cada momento uma música, cada música um título, cada título um post...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Los Hemanos - Sapato Novo

Eu detesto metade das músicas que ela gosta. E ela ouve apenas um décimo de tudo o que eu digo. O cabelo dela me lembra a infância que não tivemos juntas, mas que estava ali, ao alcance de um olhar mais atento. Quando ela nasceu eu já fazia planos e, querendo ou não ela estava em cada um deles.
Ela apareceu no último instante, eu quase perdi-a um bilhão de vezes. A chuva a levaria se eu me demorasse mais um segundo. E eu continuaria perdida nesse segundo não fossem os olhos dela.
Hoje ela está aqui e eu estou sozinha. Eu estou próxima e mesmo assim ela canta só. Ela não gosta das mesmas músicas que eu. E eu escuto um quase nada do que ela diz.

domingo, 1 de novembro de 2009

Foo Fighters - Times Like These

Eu tenho tantos defeitos. Eles fazem parte da minha fisionomia, das marcas de expressão. Não sou lá muito sociável e desconheço minhas qualidades. Isso me traz ao ponto central do sofrimento que acumulei durante minha vida adulta. Não sei o que quero, do que gosto ou quem sou, afinal.Parece que em algum ponto do caminho passei a me contentar com o coadjuvante, o dependente, o que dispensa explicações justamente porque nunca é notado.

Sucessivamente cá estou eu. Mudando paulatinamente apenas o objeto dessa minha neurose, desse redemoinho. Prá quê mais? A preguiça, o desânimo, a descrença crescente nas conexões humanas me prendeu aqui, nessa posição e eu que já me sentia estúpida o suficiente para não mais sair de casa, agora gosto do meu comportamente regressivo e inconstante. Me escondo atrás do computador, da TV, do microondas e dos episódios de Star Wars. Olho pro passado e tudo o que está lá é o que eu queria. E que nunca consegui.

Ainda me sinto como quando tinha dezesseis e subi no terraço do prédio com duas amigas. A conversa era distante, as lacunas gritavam entre nossas três infelizes realidades e tudo o que eu via nelas e em mim era o quanto as coisas conseguem ficar mais e mais decepcionantes, a cada ponto. E sempre há como piorar.

Eu preciso de um rumo. Urgente.

E eu preciso reaprender a chorar.

domingo, 4 de outubro de 2009

YYY - Gold Lion

Algum tempo se passou desde que deixei de atualizar o blog. Eu me ausento, mas sempre volto a aparecer. Entao, estou aqui.

Queria sim um vislumbre do que virá. Tenho a impressão de que arruino todas as minhas possibilidades paulatinamente, que dou descarga em todas as drogas de coisas que eu demorei tanto tempo inútil para conseguir.

No fim das contas o meu próprio fracasso me entedia. O peso que sinto em meus ossos me traz a um ponto de torpor idiota que é o exato oposto do que eu deveria sentir agora. Minha ausencia de consciencia, disciplina, ou mesmo a mais rudimentar noção que eu tenha tido dessas coisas um dia finalmente me abandonou.

E agora eu só espero que o que a música diz seja verdade.

"Gold lion's gonna tell me where the light is"

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sneaker Pimps -Sick

Mudança de planos. Desvio.

A frustração me devora pelas pernas, apesar de ser por tão pouco. Eu sei que tive sorte. Eu sei que deveria agradecer. Eu sei que devo acreditar em algo maior agora, simplesmente porque nada acontece por acaso. Mas, e se eu não quiser?

Agora eu sei o que significa meu pesadelo recorrente de infância. Eu com os olhos parcialmente vendados, podendo enxergar apenas o centro da paisagem. E aquela sensação maldita de mesmo assim não enxergar um palmo adiante do nariz. Se eu soubesse que me sentiria assim o resto da vida, ainda que acordada, não teria perdido tanto tempo no prazer-masoquista-solitário de imaginar tantas possibilidades de interpretação e tantos cenários para algo tão simplório. E ainda assim os sonhos simplesmente continuam acontecendo... recorrentes.

E minha visão se afunila cada vez mais. Cada vez mais obstáculos, mais caminhos secundários, mais avenidas que não faço idéia de onde acabam.

Im playing games if you play
Im in the fast lane
Learn to jump into the road and learn to save a little lost face

A velocidade, o vôo, a queda.

A Dor.

A vontade de ter-me fundido ao asfalto.
De não encontrar outro destino além deste.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Angela McCluskey - Love is stronger than death

E ela veio.

Depois de todos os desencontros, de todas as minhas desculpas e pedidos por paciência. E após isso eu nem tive mais tempo pra escrever, pra informar ao mundo sobre a montanha de felicidade que se instalou por aqui.

Temos vivido uma espécie de conto-de fadas que eu tenho medo que termine, que se acinzente ou
perca as cores com o tempo. E logo após sentar-me perto do medo e conformar-me com ele, vejo o sorriso dela e me apaixono mais e novamente.

Todas as músicas que ouço, que canto, são pra você minha querida. O respirar por entre as linhas, estrofes também é seu, assim como todo o resto de mim.


In our lives we hunger
For things we cannot touch
All the thoughts unuttered
All the feelings unexpressed
Play upon our hearts like the mist upon our breath

Here come the blue skies
Here comes springtime

Minha primavera é cada um de seus sorrisos. Sua presença permanece sendo meu céu azul.



domingo, 19 de abril de 2009

A Rush of Blood to the Head

Eu gostaria de ter mais coragem. De dizer algo e não desdizer minutos depois.

Eu gostaria de ser menos pessimista. De conseguir pensar em mim sem meus próprios vícios, sem inevitavelmente planejar o fracasso adiante de meus pés.

Eu gostaria de conseguir atear fogo a tudo o que está entre nós. Mas eu tenho medo de também sermos consumidas pelas chamas.

A única coisa que sei é que sempre durmo e sonho com você. E que cada revolução que acontece quando nossos olhos se encontram, não é nem será esquecida.

E eu gostaria de saber se você sente o mesmo.

"And honey
All the movements you're starting to make
See me crumble and fall on my face
And I know the mistakes that I made
See it all disappear without a trace
And they call as they beckon you on
They said start as you mean to go on
As you mean to go on, as you mean to go on"

domingo, 12 de abril de 2009

and your brief silence almost killed me.

is amazing to be able to breathe again.

sábado, 11 de abril de 2009

Lack of Color - Deathcab for Cutie

Falta de cor.

Falta de motivos.

Falta de sensibilidade de minha parte.

Minhas atitudes sempre foram tão medidas. Danos mínimos, possibilidades, pessoas sacrificáveis.

E, um dia, assim, tudo se alterou.

Levou um tempo pra eu acreditar que você poderia ter vindo pra ficar.Mas aconteceu.

Coisa de sessão da tarde essa de a gente completar frases, gostar dos mesmos álbuns e ficar recitando os nomes das músicas favoritas uma pra outra. Ficar fumando tarde da noite sentadas num degrau qualquer, olhando por tempo demais para os olhos uma da outra.

Talvez não seja dessa vez, e nem tudo o que eu sinto realmente tenha acontecido....

Mas nesse momento sei o que sinto. Sua falta.

sábado, 4 de abril de 2009

Asshole - Justice

Noite confusa.

Na verdade eu nunca gostei de sábados à noite, mas esse anda pior. Minha vontade de sair da casca, do apartamento, da cidade apenas aumentam e eu não sei o que fazer.

Briguei com a namorada. E ela me disse que não temos nada em comum. E a vontade de sair continua, me levando pra longe de quem eu normalmente sou.

Minha vontade é de pegar a moto e apenas pilotar por aí. Sem pessoas, sem rostos, e definitivamente sem discussões de relacionamento. E eu ainda não sei o que me impede, mas continuo na mesma posição confortável, conformista e entediante, digitando, digitando, digitando...

Minha playlist tenta me consolar. A contradiçao é evidente. O eletro tenta me tirar de meus pensamentos, mas ele apenas consegue transformar frustraçao em raiva. E a batida dói dentro da minha fértil imaginação.

E a noite continua. Os domingos de sempre me esperam na próxima esquina

sexta-feira, 6 de março de 2009

Let' call it off - Peter Bjorn and John

Acampamento do pessoal do trabalho... dois dias no interior...
E eu aqui com os livros.

Festa aqui, bar acolá, boate às bicas (nunca apareceram tantas de uma vez nessa cidade)...
E programação e física acabando comigo.

Antes a coisa toda era:" Não vai dar, não tenho carro, como volto?"
Agora é: "eu queeeero, mas eu não pooosso...."

A vida é uma droga. E agora eu sou bolsista.

Paciência. E juízo, como diria minha mãe...rs

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nouvelle Vague - O Pamela

Hoje eu sou só musica...

O dia nublado lá fora me acompanha, mesmo que as persianas ligeiramente nos separem. Sinto crescer a sensação de que não estou só. As cenas dos filmes, os beijos na tela, os olhares me levam pra lugares distantes. E eu nem sei bem onde gostaria de estar agora. Deve ser assim mesmo. Deve ser esta a sensação de não poder estar em lugar melhor ou em melhor companhia que aqui, sozinha, no quarto onde vivi tantas coisas, onde tanto passou por mim e tanto do mundo exterior ficou preso em meus olhos.

Hoje eu quero estar apenas comigo mesma. O afã de sempre haver alguem por perto, algo por fazer, vontades a cumprir, não existe mais. Não hoje.

Hoje eu apenas me lembro do rosto dela. E amanhã lembrarei do rosto de outro alguém. Cada vez mais minhas memórias serão sinais magnéticos, fotografias sobre a tela. Cada vez mais me esquecerei do calor e do cheiro, do toque e do som que vem dela, que me fazem acreditar que ela realmente existe, não apenas em um canto de meu obscuro ser.

E me desculpem se tudo o que é dito por aqui é aleatório e até mesmo incompreensível. Mas distância sempre foi o meu forte. E hoje percebo estar me distanciando de tudo, e gostando da idéia. Isso me faz digitar coisas que só existem dentro de mim. Me faz criar um mundo próprio e não ser inteligível para mais ninguém.

Hoje eu estou à milhas de distância.
Hoje eu não sinto nada.
Hoje eu apenas ouço a música. Apenas ela existe em mim.

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Now playing: Nouvelle Vague - O Pamela
via FoxyTunes

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tenho tanta coisa pra tirar de mim. Minha vontade de gritar, não sei se de alegria tristeza ou alívio, enquanto voltava para casa quase me explodiu. No fim das contas até foi uma sensação interessante. Sensação de cheio ao invés de vazio. Muitos planos, os sonhos voltando a brotar em cores tão brilhantes. Me apaixono pelos meus dias e acredito que até por mim mesma. Exatamente há um ano atrás minha vida não poderia estar mais diferente de agora, traduzindo: pior.

Agora eu só quero gritar. De alegria.

E porque estou me apaixonando novamente...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

The Postal Service - Such Great Heights

Cansaço. Passei o dia inteiro fora de casa e cheguei da faculdade só às onze da noite. Estou mortinha...

Mas valeu a pena. O medo vai cedendo aos poucos e daqui a uns dias já até me imagino tirando umas notas boas em cálculo. Hoje não deu pra imaginar nada nem fazer muitos planos, já que aconteceu apenas uma extensa apresentação dos professores do departamento, em sua maioria uns dinossauros bem simpáticos, e um lache meio duvidoso. E, só pra variar minha cabeça estava longe. Bem ai do lado, estava ela, uma jovem senhora, que, sinceramente, fica difícil imaginar atrás de uma pilha de livros de álgebra. Eu acho que olhei demais, espantada pela forma como a presença dela era dissonante no ambiente, mas me comportei e parei de suspirar antes que alguem pudesse perceber alguma coisa. Se ela é professora, foi a única que não se apresentou. Nem preciso dizer que isso me deixou com uma pontinha de frustração. Mas vai passar.

Amanhã a vida continua. Fazia tempo que eu não me sentia tão exausta, mas vale cada cãibra...rs

Boa noite!



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Now playing: The Postal Service - Such Great Heights
via FoxyTunes

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Não tenha medo...

É amanhã.

Consegui uma bolsa de estudos e amanhã minha vida começará a mudar. Não é a primeira vez que passo por isso, por esse calafrio, e só espero não cometer os mesmos erros de outras vezes.

Eu estudava em uma universidade federal. Por duas vezes, em dois cursos diferentes, me deixei exaurir por problemas menores, distrações. Quase terminei os dois cursos, mas quase agora não significa nada. Pelo menos até o momento em que eu souber se consigo aproveitar algumas disciplinas ou não.

E além de tudo a pressão é sempre muito grande. "Esse você termina, não" ou "Última chance, hein, garota!" são coisas que eu vou ter que me conformar em ouvir durante algum tempo. E vou ter que me acostumar a deixar de lado os detalhes, as vontades, pra me concentrar nesse objetivo relativamente simples: me graduar.

Coisa ridícula pra muita gente, eu sei, mas metas a longo prazo nunca foram meu forte. Pra dizer a verdade essas sempre passaram muito ao largo. E eu nunca fiz muito pra perseguí-las.

E então será amanhã. A largada.


Ouvindo: Stop Crying Your Heart Out - Oasis

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Perdidíssima.

Três anos de relacionamento me engoliram e eu não sei como sair deles, ou como sair deles. Nem mesmo como eu serei quando não estiver mais envolta nessa névoa de quereres, de decepções, de toalhas molhadas em cima da cama.

Não sei se terei forças. Porque durante tanto tempo eu me vi dependendo dela, do perfume de seu cabelo no travesseiro pela manhã. E mesmo assim ainda não sei se é hora de dizer adeus, lhe desejar o melhor. O que eu não puder dar.

Vou sentir saudades. Vou sentir o gosto acre de sua falta, vou procurar seu rosto pelo apartamento. Vou enlouquecer nesse novo mundo silencioso e inteiramente meu.

A idéia de deixar tanta coisa pra trás me assusta demais. A sensação de perda se espalha, sinto meu passado sendo apagado e as cores drenadas de mim. Sinto meu mapa se dissolvendo, meus portos se fechando.

Perdidíssima, sim. Desequilibrando aqui e ali, entre as minas plantadas por esse quarto, mas ainda inteira, ainda com a perspectiva de que as coisas sem solução ainda são as que mais me atraem. E continuo. Nao sei para onde.

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Now playing: 06 Please Sister
via FoxyTunes

Até mais.

Eu tenho uma amiga. Amiga de muito tempo, de bater papo em msn, desse papo rolar solto, e de a gente fazer algumas bobagens altamente não pronunciáveis, algumas vezes. A gente desaparece uma da outra e volta de repente, passamos meses sem nos falar e de repente aquele número conhecido aparece na tela do celular. Há cerca de duas semanas isso aconteceu novamente. E a distãncia desapareceu como sempre faz. Pizza, suco de uva, coca-cola, sorrisos, novidades, pequenos segredos, reclamações do fatídico período de matrícula na faculdade. Que saudade eu vou sentir dessa hora e meia perto de você...

Mas a gente sempre volta a se ver.

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Now playing: Foo Fighters - See You
via FoxyTunes

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

De uma viagem à Vitória:

Circulo em mim o profano e o misógino
O desânimo nato e a falta de crença
Circula a não-esperança e a fatalidade
O perfume agridoce e a tristeza

Vontades em copos pratos, lençóis
Aprisionadas em tantos pequenos objetos
Disfarçadas pelas calçadas
E quanto ao amor, esse não há
Não há nomes entre eu e você, eu e eu mesma, eu e outra.

Calce as botas e venha ao lodo e à lama
Meus pensamentos te aguardam
venha à meus cebelos cacheados, minha inconstância
Veja se te bastam

sábado, 24 de janeiro de 2009

Death Cab For Cutie - Soul Meets Body

Sábado.
Dia perfeito pra ficar enfurnada no quarto reclamando da vida. E cá estou.

O apartamento está fora de ordem, e eu estou sem vontades. Elas se esvaem há tempos e eu só queria ser outra pessoa. Tento ligar para um de meus poucos amigos mas o impulso anti-social me detém. Tem que haver outra coisa pra se fazer. Além de se ouvir a voz de outro ser humano.

Me afogo em Deathcab for Cutie. A música abre ainda mais as feridas que a voz dela traçou em mim.O gelo que se espalha pela pele quanto o numero conhecido aparece no telefone me mata tão lenta e prazerosamente, que dificilmente eu me lembraria de uma sensação recente mais agradável que a dos meus pensamentos sendo derretidos pelo susto de seu "olá" ao meu ouvido.

Não quero sair de casa. Não hoje, nem amanhã. Tão pouca coisa lá fora me importa. Tão poucas coisas me importaram desde sempre e até essa noite. A desistência que povoa meus atos pode explicar a distância de hoje. Aquele telefonema. E é só o que eu preciso hoje. Nesse Sábado.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Dia complicado no trabalho.

O tempo simplesmente nao passava.

E quando chego em casa, pequenas supresas, travesseiros novos, chocolate e muitos beijos

Dia perfeito...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Come Home - Placebo

É bem complicado começar do nada.


Uma carta, um conto, uma nova ação, qualquer coisa na qual resida a ausencia de comparações. " Estou no melhor caminho? Estou dramaticamente errada e perdida e não necessariamente nesta mesma ordem?" Isso passa pela minha cabeça a cada dois segundos e pessoalmente eu não sou das pessoas mais indicadas à tarefa de abrir caminhos. Me parece que se ele duram algum tempo é porque já são naturalmente tortos.


Foi por esse motivo que eu decidi nao apagar tudo do mapa e permanecer com esse espaço em lugar de, talvez, começar um novo.Eu sempre tive o terrivel hábito de deixar tudo para trás de tempos em tempos e finalmente percebi que nem sempre isso é saudável, embora invariavelmente o ato de "apagar" o passado deixe mais marcas do que eu já pude conceber um dia.


Portanto, estou voltando. A necessidade por expressão grita e o silêncio nessas horas serve de nada. Um ano depois de escrever aqui pela última vez estou mais velha, um pouquinho mais madura e certamente mais segura e feliz* (o que é isso?*).


Estou aqui. nao vou a lugar algum.